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O Sistema de Gestão Integrado – SGI da minha empresa é realmente Integrado?  

 

  Por Luiz Claudio Moitinho Gomes

 

   Seja pela necessidade de atender às demandas das partes interessadas internas e externas, especialmente os clientes, seja por um direcionamento estratégico baseado em valores e compromissos organizacionais, ou por ambos, muitas organizações têm buscado implantar e/ou certificar Sistemas de Gestão Integrados com base em normas internacionais que tratam de temas como qualidade, meio ambiente, segurança e saúde no trabalho, responsabilidade social, segurança da informação, riscos etc.


   Para a maioria destas organizações o objetivo final é obter uma vantagem competitiva no mercado em que atua ou que pretende atuar por meio da possibilidade de ser recebida e ouvida por um cliente potencial, uma vez que é isto que uma certificação promove, principalmente.    Ou ainda para ter uma imagem positiva que tenha como lastro o desempenho obtido pela aplicação sistemática de boas práticas, tanto técnicas como de gestão.


   Em muitas organizações evidenciamos um entendimento de que um SGI está implantado nas mesmas porque têm informações documentadas integradas (documentos e/ou registros), bem como treinamentos e auditorias internas e externas realizadas de forma integrada. Porém, ter um SGI implantado e de forma eficaz vai além disto; é necessário planejar e agir de forma integrada, como por exemplo:


   •    Ao adquirir novos equipamentos para ampliar a capacidade produtiva e/ou a produtividade, além das especificações técnicas e do investimento necessário (preço), alguns outros aspectos devem ser avaliados e comparados, a exemplo de: consumo específico de energia / combustível, o nível de ruído aos trabalhadores e ao meio ambiente, a logística reversa de componentes substituídos e do próprio equipamento ao fim da vida útil, a adequação ergonômica para o operador, os dispositivos de proteção contra acidentes, o planejamento para realocação de colaboradores para outras atividades quando há uma redução da equipe devido ao aumento da produtividade, o atendimento à legislações e normas pertinentes etc;


   •    Ao realizar uma otimização de um processo - de operação, apoio ou gestão - com o objetivo de torná-lo mais eficaz e/ou eficiente, deve-se questionar se tais mudanças: vão aumentar o grau de risco de segurança e saúde para as pessoas que atuam ou são impactados pelo mesmo?; irão aumentar o grau de risco ao meio ambiente?; provocarão algum impacto negativo na interação com outros processos?; vão manter o cumprimento à legislação pertinente, evitando notificações e autuações?; vão provocar alteração no tamanho da equipe e será necessário planejar uma realocação ou dispensa? etc.


   Esta forma de pensar e agir de forma integrada deve ser estimulada de forma a fazer parte da cultura de uma organização que verdadeiramente implantou, ou deseja implantar, um sistema de gestão integrado, pois seus gestores devem sempre buscar e adotar uma solução que proporcione o melhor benefício de forma global, evitando comprometer aspectos importantes para a sustentabilidade da organização.


   Conseguir isto é fácil? Certamente que não, mas deve fazer parte de um exercício permanente dos gestores ao considerar os riscos e oportunidades de quaisquer mudanças, assumindo eventuais riscos adversos de forma consciente e controlada.
   

   Pense nisso!